Desde terça-feira (8), quem visitou a Biblioteca Municipal de Adamantina ‘Cônego João Batista de Aquino’ se deparou com um comunicado da Vigilância Sanitária e da Secretaria de Cultura informando que o local está interditado.
Segundo a nova secretária de Cultura Natália Bachi, a medida foi tomada pela Vigilância Sanitária mediante as condições do local, que passa por obras de reforma e ampliação há mais de três anos.
A Vigilância avaliou o local como insalubre e, portanto, não é indicada a permanência de funcionários no local.
Natália fala das condições precárias do local, já que há infiltrações quando chove e as fezes dos pombos podem significar riscos para a saúde dos funcionários e frequentadores, além de causar mau cheiro.
"Assim que estivemos na biblioteca, ficamos impressionados com a real situação do local. Por causa das infiltrações e poeira da obra, os livros já estavam encaixotados e cobertos por lonas há cerca de seis meses, o que demonstra que o local já estava desativado, faltava apenas fechar as portas", afirma.
De acordo com a secretária, o departamento de Planejamento da prefeitura já foi notificado e entrou em contato com a empresa responsável pela execução da obra. A mesma tem até quarta-feira (16) para apresentar um novo cronograma de execução da obra e o aditamento necessário para análise técnica da prefeitura. Ela acrescenta ainda que enquanto a biblioteca permanece fechada, o atendimento de urgência é feito pela bibliotecária Jurema Citeli, na sede da Secretaria de Cultura e Turismo, na rua Fioravante Spósito, 652.
Procurado pelo IMPACTO, Acácio Rocha, que foi secretário de Cultura e Turismo de Adamantina de 2006 a 2012, disse que a biblioteca conseguiu manter seu funcionamento normal desde o início das obras até meados deste ano, com atendimento ao público, posto de internet do Acessa São Paulo e empréstimos de livros. "Toda essa estrutura está concentrada no piso térreo. O piso inferior, do anfiteatro, está com funcionamento interrompido desde o início das obras. Porém, no segundo semestre do ano passado, com as obras de banheiros no térreo e piso de granilite da área ampliada, foi necessário embalar e proteger o acervo, por um período curto, pois se pretendia finalizar as obras em dezembro, o que não ocorreu devido ao cronograma que não se desenvolveu conforme previsto. A decisão por encaixotar e proteger os livros foi no sentido de preservá-los e garantir sua integridade. Além do acervo já existente, recebemos no ano passado um amplo acervo da Fundação Carlos Chagas, da Secretaria de Estado da Cultura, e outros, porém seu uso não pode ser potencializado em razão das obras", afirmou Acácio.
Questionados sobre os riscos oferecidos a funcionários e população, o ex-secretário destacou que a biblioteca atualmente é um canteiro de obras e por isso não reúne as melhores condições para a equipe e nem mesmo para o atendimento ao público. "Infelizmente tivemos problemas com a construtora que ganhou a primeira licitação, que abandonou a obra e que não cumpriu o cronograma esperado. Em relação aos pombos foram tomadas medidas com várias dedetizações, porém a não entrada dos mesmos dependia, fundamentalmente, da junção dos dois telhados que ainda deve ser feita", ressalta.
"O ponto central da não finalização desta obra, como de outras, é a abertura garantida pela legislação atual, que é transparente e assegura a participação de empresas com diversos perfis, qualificadas ou não, em processos licitatórios. Ocorreu isso quando abrimos o edital, em que venceu uma empresa sediada em Jales, que não teve capacidade técnica e financeira para tocar a obra, e acabou desistindo, resultando em problemas com fornecedores, trabalhistas e outros, sob responsabilidade da empresa. A obra ficou interrompida até a sua desistência, sendo necessária a elaboração de laudos e estudos, para identificar precisamente o ponto em que a obra parou e abrir uma nova licitação, o que ocorreu em 2012, ganhando a atual empresa, que recentemente, reivindicou um aditamento de R$ 120 mil. Não foi possível realizar o termo aditivo, porém garantimos os recursos para 2013, que foram transferidos, dentro de universo de R$ 10,8 milhões deixados pelo prefeito Kiko. Deixamos também, finalizado, todo o processo de licitação para as 300 poltronas, cabendo tão somente acionar a empresa vencedora e mandar entregar, pois os recursos para essas poltronas também estão reservados. Realizamos o processo de licitação para compra de ar condicionado para todo o anfiteatro, porém foi realizado em dezembro e nenhuma empresa apareceu na sessão do pregão. E iniciamos o processo de licitação para compra de som, que não pode ser finalizado. Assim, não conseguimos finalizar a obra, mas deixamos recursos em caixa para sua conclusão, poltronas, som e ar-condicionado", finalizou Acácio Rocha.
Fonte: GiNotícias